sexta-feira, 4 de julho de 2008

diário de bordo - viagem à petrópolis 22/jun

esse post já devia ter sido escrito há dias, afinal essa viagem aconteceu há 2 semanas atrás. mas marcinho é sempre enrolado para passar as fotos que tiramos na câmera dele.

para quem não conhece, petrópolis é uma cidade serrana do estado do rio de janeiro, conhecida pelo seu passado imperial, já que na época da monarquia, tio dom pedro II e a patota portuguesa toda moraram por lá. quem não se liga em história, vai à petrópils encher as bolsas de compras pra revender pras vizinhas, já que na rua teresa há todos os tipos de roupas por preço de banana (expressão da época da minha vó). e tem gente que vai à petrópolis para não ficar em casa aturando um domingo tedioso embalado pelas piadinhas do fasutão. é o nosso caso.

nossa excursão à petrópolis não foi pouca bosta, não, viu? precisamos de dois carros para suportar todas as pessoas que queriam conhecer a cidada imperial. no carro 1, marcinho com a namorada, fernanda, a mãe dele, zete, a sogra e a prima andréia. no carro 2, fabrício, o motorista, filipe, eu, andré e rômulo. os relatos desse post dizem respeito ao carro 2, já que eu não estava no 1, obiviamente.

a viagem de ida foi liderada por sono, paisagens rurais, piadas certeiras e música pop de baixa qualidade. fabricio mostrou-se bem mais seguro no volante, evitando os possíveis ataques cardíacos que ele sempre me fazia ter antigamente. rômulo ficava doido toda vez que via uma bandeira do fluminense, filipe passava todas as músicas que tocavam no rádio (engraçado que o mp3 foi feito por ele e nem ele mesmo atura tais porcarias) e os dois juntos atazanavam andré deliberadamente (rs). em teresópolis, paramos para filar um café do carro 2 e, estranhamente, o pic-nic à beira da estrada deles incluía kibes e morangos [?]. uma combinação um pouco estranha, é verdade (rs).

quando chegamos à petrópolis, a primeira coisa que chama atenção é a arquitetura dos prédios: parece que não foi construído nada de novo lá desde a morte de dom pedro II. a cidade tem um ar de museu conservado em naftalina, mas mesmo assim é de uma beleza nostálgica inquestionável. o tempo estava péssimo; uma chuvinha rala caía do céu cinza-escuro quando finalmente descemos do carro para a primeira parada.

catedral são pedro de alcântara: o imponente prédio com sua arquitetura gótica foi nossa primeira parada. imediatamente ao entrar, a mãe da fernanda ajoelhou-se e começou uma oração enquanto fomos desbravar os cantos do local sagrado para os cristãos. logo à porta há 4 túmulos de membros da corte que eu realmente não lembro quem eram (rs) e perto deles, uma estátua de um santo oferecendo um pedaço de pão. eu queria tirar uma foto aceitando o pão (rs), mas fiquei com medo de ser expulso do lugar pela minha blasfêmia. o orgão, que fica num andar superior ao salão não perdeu seu ar ostensivo, mesmo necessitando de uma restauração urgente. o altar é do tamanho da minha casa inteira e os detalhes da arquitetura são fantásticos, mesmo para quem não liga para religião. filipe não sabe o que heresia, mas sabe como ser um herege: diante dos quadros que se seguem por toda a catedral, mostrando os últimos momentos de cristo antes da crucificação, ele cismou que jesus tava parecendo um modelo posando semi nu, graças à foto onde estão tirando as vestes do cara (rs). esse foi só um dos comentários sem noção que ele berrava em meio a igreja, pra quem quisesse ouvir. meia hora depois, a mãe de fernanda ainda estava rezando (rs) e isso rendeu piadinhas enquanto partíamos para o 2º passeio do dia.

trono de fátima: "o nome do lugar é trono de fátima e a mulher está em pé. como pode isso? parece aquelas menininhas bagunceiras que a mãe fala 'senta filhinha!' 'não quero, não quero!'". com esse comentário herege de filipe, chegamos ao 2º passeio católico da nossa viagem à petrópolis, passeio o qual eu começava a achar que estava se tornando um seminário cristão. a belíssima estátua da santa fica no alto de um morro de onde dá pra ter uma ótima visão de petrópolis, principalmente do cemitério [!], o qual é bem estranho: fica à beira da estrada e vai ricocheteando ao lado dela, como se fosse uma simples vegetação emoldurando-a. quem arquitetou aqueles cemitério foi um gênio (rs). filipe mostrou-se indignado com o local para acender velas e com a sala dos milagres, onde havia várias cabeças de boneca em prateleiras de madeira, uma coisa meio filme trash de terror. mas o que eu realmente achei de mau-gosto foi uma fotografia que se encontra na pequena capela: uma imagem holográfica de jesus crucificado que abre os olhos conforme você adentra o local. e na pequena tenda de suvenirs havia bonecos infláveis dos power rangers [?]. o que é o capitalismo, não é mesmo?

palácio de cristal: petrópolis vende o palácio de cristal para os turistas como se fosse a 8º maravilha do mundo moderno. e qual minha decepção ao chegar lá e encontrar um monte de vidros imundos presos a uma base de metal verde... e NADA além disso. segundo andréia, a única coisa ali restante da época monárquica é o lustre (imundo também, diga-se de passagem) e que a graça do lugar ficava nas serestas que rolavam ali antigamente. a coisa que mais me chamou a atenção, na verdade, foi o banheiro: nunca vi um palácio com um banheiro tão sujo na minha vida (rs). e não, o banheiro não tem paredes de vidro (dãããã)(rs).

almoço: não era nem meio-dia ainda quando marcinho decidiu que pararíamos para almoçar. e o que milorde decide é lei, meu caro (rs). fomo a um self-service e eu começava a armar meu prato para comer um belo churasco, quando dei de cara com uma apetitosa lasanha à bolonhesa. na boa, eu resisto a muita coisa, menos a um belo prato de lasanha. e eis que surge a nova tendência gastronômica de 2008: lasanha com farofa (rs). em seguida, parei em frente ao churasqueiro:

ele: opa rapaz, vai de quê?
eu: picanha, por favor cara.
ele: está um pouco mal-passada.
eu: sem problemas, eu gosto assim.
(ele corta e coloca a carne mais vermelha que já vi na minha vida no meu prato)
ele: mais o quê, fera? a fraldinha tá ótima.
eu: pode ser, cara (como se eu conhecesse carnes por nome ¬¬')
(ele corta e coloca 2 pedras de carvão no meu prato)
(olho pra ele e antes que ele possa me oferecer mais alguma coisa, saio de fininho)

depois da picanha crua e da fraldinha preta mais dura que casca de árvore, eu dei graças por ter colocado aquela bela fatia de lasanha no meu prato.
ps: meu prato saiu o mais caro de todos, mas também, com aqueles dois tocos de carvão nele, neé? ¬¬'

rua teresa: como eu disse no começo do post, a rua teresa é um ótimo local para comprar roupas, principalmente para quem tem lojas ou quem revende. uma rua enorme só com lojas de roupas é o sonho de qualquer mulher com um cartão de crédito às mãos, não é não? só isso explica o sumiço de fernanda e a mãe dela por quase 2 horas, zete e andréia por tanto tempo quanto, e os homens esperando impacientemente as mulheres fazerem suas compras. na verdade, até paramos para comprar algumas coisas também, mas não demoramos mas que 40 minutos para isso. e a tarde acabou indo quase toda embora graças ao consumismo descomedido dessas mulheres.

casa de santos dummont: o homem morava numa casinha menor que a dos 7 anões e querem cobrar 5 pilas pra ver isso? you got to be kiddin' me!

quitandinha: quando chegamos ao quitandinha, a noite já começava a cair, assim como uma forte chuva torrencial . portanto, mal deu para sairmos do carro e tirar essa foto aí do lado. o prédio parecia ser bacanão, mas não poderíamos entrar aparentemente e a chuva nos atrapalhou a ver o lago que (dizem) tem o formato do mapa do brasil. uma pena, porque eu realmente estava interessado nesse passeio em particular.

hora de ir embora: acabamos pegando uma neblina do cacete na serra de petróplis (aquela estrada já é assustadora com o tempo tinindo, imagina com neblina >.<) e paramos numa padaria em teresópolis para comer salgadinhos pingando gordura. ótimo jeito de acabar uma viagem imperfeita, não obstante, deveras divertida. =]

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