quarta-feira, 16 de julho de 2008

algumas palavras honestas - relacionamentos

de quando em quando, eu sinto uma vontade demasiadamente forte de conversar, não com ninguém em particular, mas comigo mesmo. um papo centrado e reflexivo sobre o que está certo e o que está errado nessa vidinha simples que levo. o meu blog me parece agora um lugar apropriado para ter essas conversas, já que foi aqui que pude falar muita coisa que estava entalada na minha garganta nos últimos meses.

depois da conversa introspectiva e sincera com gustavo em meados de junho e das revelações na mesa do botiquim com filipe, eu mergulhei numa entorpecência profunda e revigorante, uma espécie de alívio que me persegue e me alimenta 24 horas por dia. mas de vez em quando, naquelas noites em que me pego sozinho assistindo sem interesse a televisão ligada em qualquer canal aleatório, um vazio incômodo vem se aproximando lentamente, quase imperceptível ou inofensivo. não é nada difícil para mim perceber que esse vazio caracteriza-se na falta de um relacionamento, mesmo que ele - o vazio - venha covardemente tentando camuflar-se em outras emoções e sentimentos. e tendo essa certeza em mente, vejamos os motivos que me fazem ainda ser um lobo solitário, como ágatha uma vez sabiamente me personalizou (rs).

como eu já disse em posts anteriores, eu não tive uma adolescência muito agradável como a maioria das pessoas. eu estava muito preocupado em não ser eu mesmo para viver com intensidade as experiências que a falta de juízo proporcionam. no teatrinho em que me encontrava ocasionalmente, no show de truman imposto pela sociedade, nunca houvera qualquer chance de uma relacionamento acontecer. quer dizer, digamos que chances aconteceram, mas eu não gosto muito do ditado gato com fome come sabão (rs). não, de boa, pra andar mal acompanhado eu juro que prefiro ficar sozinho, porque esse vazio que se encontra dentro de mim não vai ser preenchido com qualquer porcaria, não. e tudo que já apareceu na minha vida até agora mostrou-se indigno, não de estar comigo, porque não estou me auto-valorizando ou me achando a última bolacha do pacote, mas indigno de preencher essa lacuna dentro de mim, compreende? espero que sim.

minha vida até o momento foi regida por prioridades. a primeira delas era a questão da minha queimadura, a qual venho tratando desde o ano passado e posso garantir que já me sinto bem mais à vontade em relação ao uso do boné. não abdiquei dele ainda porque algo cujo você é acostumado há 2o anos não é fácil de simplesmente deixar de lado. contudo, entrar na praia no ínicio desse ano sem o boné foi uma das primeiras vitórias nesse processo. a segunda prioridade que eu tinha era cuidar da questão da minha sexualidade (kct, com todas as letras, rs!). e essa ainda é uma prioridade em fase de tratamento, mas posso assegurar que tudo está indo muito melhor do que imaginei possível. falarei disso com propriedade quando convir, e esse não é exatamente o momento.

e então, já que esses 2 últimos anos têm sido regados de êxitos pessoais, nada mais justo do que começar à procura pela minha felicidade porque, desde mais novo, eu sempre tive a certeza de que nossa vida é feita para ser compartilhada com alguém. deveras clichê, mas quando você sente a ausência de alguém na sua vida, começa a acreditar nisso piamente. e eu não tenho muitos requisitos, não quero nenhuma perfeição da natureza, nada disso. eu só preciso de alguém que entenda o que eu passei/estou passando e que entenda a minha disposição para um relacionamento sério. muitas vezes, quando olho em volta, eu fico meio desacreditado de que eu vá encontrar alguém que possa preencher esse vazio, porque as pessoas como eu, infelizmente, têm um tendência à atitudes e modos de vida que não curto e não admitiria de uma pessoa que estivesse ao meu lado. nem falo de poligamia ou promiscuidade, mesmo que condene as duas práticas, mas falo mais da questão da falta de amadurecimento, de achar que a vida é pra sempre uma farra, uma festa regada à porpurina. e, conscientemente, preciso de uma pessoa muito madura ao meu lado. esse é o meu requisito básico na busca de alguém e total prioridade na personalidade da pessoa que estará ao meu lado.

enquanto isso tudo acontece, tento lutar contra estímulos e atrações que me levam à paixões por uma pessoa que sequer sabe meu nome. de boa, quando o melhor momento do seu dia passa a ser aquele o qual um desconhecido passa ao seu lado, te ignorando por completo, é sinal de que tem algo muito errado. mas será possível me livrar disso tudo sem algo sólido ao que me agarrar? é possível no meio desse turbilhão de acontecimentos e reviravoltas aparecer A pessoa certa?

veremos isso em breve...

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