quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

5 fatos que marcaram 2009 (na minha vida, obviamente).



Crise econômica? Morte do Michael Jackson? A Fazenda? Putaria no Planalto?

Eita... Se é isso que procura, você pegou a retrospectiva errada. Por aqui aparecerão apenas pequenas desimportâncias que tornaram o ano de 2009 único, ímpar, diferente de todos os outros 23 anos que já vivi. Uma singela narrativa dos fatos que mudaram meu ponto de vista, que trouxeram algum aprendizado, alguma lição, e que me fizeram evoluir, crescer e amadurecer de alguma forma. Esses são os 5 fatos que marcaram o ano de 2009 para mim.


5 - Mudança de Trabalho.

Em meados de julho, meu então patrão, Vinícius, me chamou em um canto da loja e, munido de desculpas esfarrapadas, disse que meus serviços estavam sendo dispensados. Eu estava insatisfeito com o "Inferninho do Doce" há um bom tempo, é verdade, o que não impediu que a notícia me causasse um baque; já trabalhava lá há mais de um ano, era completamente acostumado com o ambiente, com minhas funções, com os clientes e com a amizade com meus companheiros de trabalho. Mas, assim que a primeira impressão passou e quando percebi que estava finalmente livre de um trabalho que estava até mesmo me causando infelicidade, fui domado por um sentimento de alívio inenarrável. Tive meus meses de descanso merecidos - até um pouco mais do que devia, já que por volta de outubro me sentia até mesmo entediado com tanto tempo vago - e aproveitei para me empenhar mais na faculdade, já que no primeiro semestre tinha que dividir o tempo de preparar os trabalhos com minhas obrigações no Inferninho do Doce.

Até que, no fim de outubro, meu telefone tocou e, surpreendentemente, fui chamado para fazer uma entrevista num escritório de contabilidade onde havia deixado currículo há anos atrás. Em novembro, comecei um período de experiência, onde fui auxiliado por uma amiga minha de longa data, que também trabalha lá. Mesmo rodeado por números, uma das coisas que eu mais odeio no planeta Terra, posso dizer que o ambiente de trabalho é ótimo, que eu, Talize e Leandro temos nos dado muito bem e que os patrões têm me tratado com muito respeito. Por tudo isso, espero conseguir domar os malditos números para permanecer neste emprego por um bom tempo.


4 - Léo.

Todo ano, de alguma forma, um determinado número de pessoas passa a fazer parte da sua vida. Nem sempre são pessoas que acrescentam alguma coisa, que mudam sua rotina ou que fazem você pensar de uma forma diferente. Ás vezes são só presenças efêmeras, que você nem terá chance de conhecer direito. Mas esse ano, em especial, eu fui agraciado com um nova amizade que foi, sem qualquer sombra de dúvidas, o precursor das maiores risadas e dos momentos mais descontraídos e felizes do ano.

Foi meio por acaso que conhecemos o Léo. Estávamos no Fulana de Tal, vendo uma amiga nossa e sua banda tocarem, quando, por falta de opção, ele sentou-se à nossa mesa, com um grupo de amigos. Nesta mesma noite conhecemos também a Jojo e a Cecília e foi uma das noites mais divertidas do ano, com certeza. Então, o Léo fez aparições periódicas, tipo estrela de cinema. Achávamos ele de vez em quando em algum boteco ou em algum show das Fulanas, até que o obrigamos a deixar tal displicência de lado e marcar um almoço na casa dele - almoço que ele vinha prometendo meses a fio.

Aquele domingo foi, sem sombra de dúvidas, o dia mais engraçado e divertido do ano inteiro. Sentados na escada do Jambalaia - o conjunto habitacional onde ele mora -, precisamos nos conter para não descê-la rolando de tanto rir. Voltei para casa aquele dia com o maxilar doendo de tantas risadas - e com a certeza de que ter o Léo por perto seria uma ótima ideia.

Mas não pensem que o Léo está aqui nessa lista por ser um palhaço. Mesmo porque de palhaço ele não tem nada: seu humor é no ponto, natural, sem exageros. Sua presença aqui se justifica pela pessoa maravilhosa que ele é, daquele tipo que você se sente bem só de estar perto, que traz boas vibrações, que te faz bem. Obrigado pelas risadas, pelos conselhos, pela companhia e por ter tornado o ano cinza de 2009 um pouquinho mais colorido, bicha. =)


3- Santa Dorotéia.

Como colocar em apenas um post tudo o que essa faculdade representa para mim neste momento da minha vida? Tudo que posso dizer é que cada dia ali dentro foi um dia de crescimento íntimo, de evolução intelectual, de aperfeiçoamento no meu modo de pensar. Mesmo as aulas que não acrescentavam nada, que pareciam estar ali só pra contar no currículo - me absterei de citar nomes - foram importantes, me fizeram criar disciplina e aprender a estudar.

Mas as coisas na Santa Dorotéia não fariam o mesmo sentido se não fosse 3 pessoas em especial: uma quase-neurótica, uma patricinha nervosa, uma nerd viciada em filmes europeus e um gay mal-humorado. Podia ser o cast de um sitcom americano, mas o nosso grupo é constituído assim. E que perrengue a gente passa pra conseguir manter unido um grupo tão heterogêneo de cabeças pensantes, com opiniões próprias e personalidades explosivas! Quantas foram as vezes que brigamos, discutimos, mandamos - entre os dentes e baixinho, pra que a outra pessoa não ouvisse - o outro tomar naquele lugar... Quantas discrepâncias de opiniões durante os trabalhos, quanta raiva temporária por atrasos e faltas e, principalmente, quantas calorias adquiridas com o salgado mais massudo do mundo no Quinta's Café.

Mas, na minha opinião, é graças a todas essas diferenças que o nosso grupo de amizade vai se tornando mais forte a cada dia que passa. E eu queria que vocês três, meninas, soubessem que amo vocês demais da conta, cada uma de um jeitinho diferente, mas com muita sinceridade. E saibam também que essa faculdade não teria graça alguma se não estivéssemos juntos, deferindo críticas mortais a tudo e todos, rindo mais de nós mesmos do que de tudo mais e compartilhando essa fase maravilhosa de nossas vidas.

E me sinto honrado de ser, como Carol disse, "a cola que mantém o nosso grupo unido". E continuarei mantendo, não importa o que aconteça, até que tenhamos nosso diploma nas mãos e possamos não mais ter que "nos aturar", rs. Amo vocês, meninas, e obrigado por tudo.



2- Tião.

Esse é um assunto que já foi discutido, argumentado, narrado e romanceado à exaustão, mas é impossível narrar os acontecimentos de 2009 sem passar pelo mês de junho. Contudo prometo que essa é a última vez que falo do assunto.

Eu não posso nem tentar negar que o mês de junho e, principalmente, o dia 28, foi um dos perídos mais felizes da minha vida. Aquele tipo de felicidade que fica estampado na cara, que as pessoas veem, comentam, sabem que você está bem, sabem que você tem alguém - ou, que pelo menos, pensa ter. E quando penso em Tião hoje em dia, é dessa felicidade que tento me lembrar, desses momentos que ele me proporcionou, desses estado que até agora ninguém conseguiu despertar novamente. E não há motivos para eu associar a sua imagem ao que veio depois, porque ninguém teve culpa da dor que foi causada ou dos meses que passei com um vazio que não cabia em mim. Se fui usado, foi porque permiti; se fui enganado, foi porque enganei a mim mesmo primeiro; e se ele foi sincero, como diz ser, é sinal de que não era pra ter sido mesmo.

De tudo isso, levo pra 2010 um aprendizado que eu não poderia ter de outra forma. Precisamos mesmo, às vezes, tomar tombos, rolar escada abaixo, sangrar e sangrar por meses a fio. E então, quando as feridas começam a cicatrizar, quando você respira fundo, olha pra trás e vê o quanto cresceu e amadureceu com esse tombo, você se sente renovado, pronto para o que vier.

Você, Tião, foi o meu maior tombo. Mas eu aprendi muito com as cicatrizes que você deixou, pode ter certeza. Obrigado por tudo.


1- Diego.

Eu não gosto de encarar a vida como algo circular, que tem reinícios periódicos e que nos leva quando bem entende a um ponto por onde já passamos. Por isso não gosto de aniversários ou de ano-novo. Afinal, no dia 1º de janeiro eu me sinto exatamente o mesmo que eu era no dia 31 de dezembro. Não há recomeço; não há mudanças bruscas que caracterizem esse movimento circular de estar novamente em algum lugar que você já esteve. (um monte de baboseira que eu disse, mas, se você esforçar-se, pode encontrar algum sentido, rs.)

Entretanto, em 2009, eu fui pego de surpresa por uma dessas reviravoltas da vida e, depois de algum tempo meio afastado do Diego, o tal movimento circular no qual não acredito nos forçou a retomar a amizade que sempre tivemos. E hoje eu posso dizer sem qualquer sombra de dúvidas que ele foi a pessoa mais importante do ano pra mim. Não que tenha ocorrido uma eleição para tal posto ou que eu esteja medindo algo tão imensurável quanto o amor pelas pessoas, mas tudo que passei não teria tido o mesmo sentido se eu não tivesse tido você ao meu lado.

E o processo foi longo, mas natural. Tivemos que acostumarmo-nos um com o outro novamente e, você, principalmente, teve que acostumar-se com um pequeno novo detalhe. Confesso que sempre achei que você seria o mais inflexível em relação a isso, mas você mostrou-se compreensível e disposto a aprender a conviver dessa forma. Sei que fez isso por amor a mim, e isso só fez crescer a admiração que sempre tive por você. E assim que transpomos as primeiras dificuldades causadas por essa nova situação, criamos novos laços, mais fortes que todos os outros que nossa amizade já conhecera.



Passamos por muitas coisas esse ano, compartilhamos mais tristeza, solidão e depressão do que momentos felizes. Mas, em meio a tudo isso, encontramos juntos motivos pra sorrir, dividimos o tédio irmamente e, principalmente, não deixamos o outro desistir. Eu não sei como teria sido sem você e fico feliz de não ter que imaginar isso, porque você esteve aqui cada vez que precisei e me ajudou a seguir em frente nessa porcaria de ano que tivemos.

E eu sei bem que um dia você se vai de novo. Faz parte de você ser assim e nada nem ninguém vai mudar isso. Mas, mesmo quando estivermos distantes novamente, eu me lembrarei que sobrevivi ao ano de 2009 porque você esteve comigo. E serei grato por isso para sempre.