domingo, 29 de junho de 2008
chama a funai que o programa é de índio! (festa de são pedro)
o martírio que se tornaria a noite passada começou na rodoviária interurbana de friburgo. pra quem não conhece o lugar, basta dizer que aquilo ali é o portal do inferno. isso, exatamente. logo abaixo das estruturas de concreto do local abre-se um túnel direto para a morada do sete-pele. e nem é opinião própria, qualquer pessoa com bom senso e lucidez concordaria com essas sábias palavras. entramos eu, filipe e 2 conhecidas dele numa fila que era o último vestígio de pessoas civilizadas que veríamos pela próxima hora. havia por volta de umas 20 pessoas à nossa frente, o que significa que conseguiríamos ir sentados, já que um ônibus apresenta entre 45 e 50 assentos. mas quando a condução parou à plataforma com sua placa escrito um "são pedro" engarranchado a giz, sua porta dianteira foi cercada por um bando de bichos sedentos por se acomodar e o que era uma fila indiana tornou-se um motim da febem reivindicando melhorias na comida. quando conseguimos finalmente colocar os pés para dentro do ônibus, todos os lugares já haviam sido tomados e nos restou nos expremermos pelo corredor, entre gente desconhecida e pouco educada.
entre todas as coisas que me incomodaram dentro daquele comboio do inferno (que não foram poucas, pode ter certeza), 2 merecem destaque:
suíça brasileira? onde?
de boa, o que aconteceu com essa cidade? cadê as pessoas normais, civilizadas e adeptas dos bons modos? porque, em qualquer lugar que se olhe, em qualquer esquina de qualquer bairro o que se vê é um culto quase religioso à moda da favela, à marginalização ou a prosmicuidade. e nem é papo de conservador e também não há nenhuma conotação racial ou preconceituosa nisso. eu só não consigo entender como de repente todo mundo virou mc de funk, cachorrona de baile, aviãozinho de traficante, vida loka, assassino profissional, membro de gang... cacete, a marginalização é a nova moda entre os jovens, coisa mais bizarra! e suíça brasileira ficou no passado. agora nós somos o bronx brasileiro. bacana né? ¬¬'
maldita nokia!
eu tenho pena da alma do cidadão sem mãe que inventou esses malditos celulares com mp3 que tocam no alto-falante. ele vai resgatar por muitas e muitas vidas tudo que ele está nos fazendo passar. porque eu desconheço coisa mais irritante do que você está em um lugar público e o filha-da-mãe sem senso do ridículo ao seu lado ligar aquela porcaria tocando o último pancadão, como se você tivesse a plena obrigação de ouvir juntinho com ele as melodias da sabrina, perlla, do mc créu e toda a patota criativa do funk. novamente esclareço que não há preconceito em minhas palavras, mas vocês acham que os fones de ouvido foram inventados para quê, cacete? ouça a droga da sua música sozinho ou ao menos pergunte se a pessoa ao seu lado não se importa, porque ninguém tem obrigação de aturar o seu gosto pessoal, beleza?
1 hora e meia num ônibus lotado com as amigas do filipe cantando músicas da xuxa, celulares tocando um funk com a melodia de "irreplaceble" da beyoncé (ao invés de "to the left, to the left" o criativo "músico" dizia "quero leite, quero leite"), pessoas olhando de cara feia com se fossem amigos ínitmos do 50 cent e também tivessem tomado trocentos tiros na cara, odores estranhos e contatos físicos involuntários deviam ser suficientes para você pagar todos os seus pecados cometidos nesse mundo. mas já dizia o sábio que desgraça pouca é bobagem...
chegamos à festa que consiste numa rua comprida fechada, cheia de barraquinhas e uma área cimentada para as pessoas dançarem forró. as pessoas que me conhecem sabem que não gosto de lugares cheios, de tumulto ou de forró, portanto, cabe muito bem a pergunta do que eu fui fazer lá. meu bom-senso vira e mexe falha e me deixa cometer erros terríveis como esse. começamos a subir a rua atrás de gustavo, que já estava na festa com a ágatha, a gabi, o daniel e mais um pessoal. eu e filipe estávamos tão cansados do dia de trabalho e da auto-flagelação da viagem de ônibus que estávamos pensando em ir embora uma hora depois de termos chegado, até que encontramos finalmente com o pessoal. ficamos por ali por algum tempo vendo o show do nó cego, comendo amendoins e sem vontade alguma de ingerir qualquer quantidade de álcool até que por volta de 2 e meia resolvemos ir para o ponto. nessa hora rolava até certa troca de farpas entre o grupo e as chances remotas de estancar uma porrada (rs), mas precisávamos ir para o ponto, com a esperança de conseguirmos um lugar para descansar nossos corpos exaustos. esperanças vãs, já que a rebelião da febem se repetiu e novamente eu e filipe conseguimos lugares maravilhos no meio do corredor. o cansaço da viagem de volta foi tenebroso e por várias vezes quase me peguei dormindo em pé, sustentado pelos braços fracos pendurados no ferro superior. e a máxima "desgraça pouca é bobagem" se concretizou soberanamente com uma caminhada de 40 minutos do centro ao nosso bairro, já que friburgo não tem ônibus durante a madrugada. ótimo jeito de terminar uma das piores noites da história mundial!
moral da história:
são nas baladas do fim de semana que pagamos nossos pecados.
sexta-feira, 27 de junho de 2008
biografia autorizada - parte 2



terça-feira, 24 de junho de 2008
conversas de dias de inverno
- tenho, respondo. - que merda, ele diz. não porque vá mudar alguma coisa, ele garante. mas, percebo eu, que ele não quer me ver sofrer. suas perguntas são cheias de rodeios, mas ávidas por respostas. respondo-as sem pestanejar, desejando aquela conversa há muito tempo. a preocupação, o apoio, a aceitação... tudo vem num bombardeio de sentimentos acolhedores. meus olhos umidecem. ouço tudo, falo pouco. quando falo, as lágrimas rolam. ele vai atender um cliente. aproveito a deixa para ir ao banheiro. sento no vaso. deixo o pranto rolar sem restrições. um choro de alívio. lágrimas que lavam meu rosto do medo de perder tudo que eu tinha. eu não vou perder. não vou.
... o peso sobre meus ombros começa a ficar mais leve.
domingo, 22 de junho de 2008
useless top 5 - melhores conversas
no useless top 5 de hoje, vou eleger as 5 pessoas com quem tenho as melhores conversas: aquele papo furado de horas sobre assuntos variados, contemporâneos e (in)úteis, aquelas risadas, piadas e comentários infames e aquelas pessoas com quem tenho mais afinidade pra falar sobre tudo e desabafar na hora que a coisa aperta.
aaah, a bia! essa moça lá de goiás que veio aos poucos conquistando meu coração com seu jeito tão próprio, cativante e amável. nós nos conhecemos há pouco mais de um ano, numa espécie de jogo viciante que causa sérios problemas na vida real (rs, ela sabe do que estou falando). eu sempre tentava fazer meu personagem se aproximar dela, mas ela sempre me ignorava prontamente com respostas educadas e assuntos sem continuidade, para que eu não pudesse continuar a prosa (rs). até que a magia aconteceu: passamos a gastar horas nesse jogo com conversas cômicas, hilárias, de fazer a barriga doer de tanto rir.
até que o jogo, de uma hora para a outra, terminou para nós dois. e, quando nos vimos raphael e bianca frente a frente, sem o pano de fundo que eram nossos personagens, a química entre a gente já estava tão viva que foi exatamente a mesma coisa. e eu fico muito feliz com isso, porque ficar sem a bia na minha vida é totalmente sem condição!
as minhas conversas com a bianca são mágicas, só assim consigo descrever: eu posso estar com problema que for, com o humor mais para baixo possível que é sempre na janela dela que eu encontro a risada necessária. e depois da primeira, há uma sucessão de espasmos e risadas que podem acordar o vizinho e uma vibração tão boa e positiva que é impossível ficar indiferente. contudo, obviamente que nem só de humor sagaz e pecamino vive nossa janela do msn: a gente se pega sempre devaneando sobre a vida e suas dificuldades, sobre o quanto ela é nerd e estará rica antes dos 30 e sobre minhas crises existencialistas e meus complexos.
a bia é assim: traz tante felicidade para as minhas conversas com seu senso de humor malicioso e apurado, tanta confiança com seus conselhos e suas confissões e tanta cultura inútil com suas horas assistindo tv fama que o 5º lugar não podia ser de outra pessoa. te amo, potranca! (rs)
toda vez que vou procurar emprego eu tenho uma preocupação fixa: o que conversar com a pessoa com quem trabalharei. na verdade, eu sou péssimo pra conversas rotineiras, aquela coisa maçante do dia a dia e a diplomacia de papos com pessoas que não me conhecem.
quando o ivando me chamou para trabalhar na locadora, eu aceitei prontamente, mesmo que tivesse esses medos. contudo, nos 2 anos que fiquei lá, aconteceu exatamente o contrário: eu nunca precisei me preocupar com conversas rotineiras de companheiros de trabalho, porque nossos papos sempre foram profundos e cheios de assunto. com ivando eu aprendi muito sobre filmes e foi ali que adquiri meu gosto por cinema de verdade. nossas opiniões sobre música sempre divergiram um bocado, mas eu consegui implantar pelo menos um pouco de coldplay, death cab for cutie, keane e outras bandas no gosto musical ultrapassado dele (rs).
e quando o assunto sobre cultura acabava, a gente passava tardes falando sobre a vida. e muitas vezes as conversas que tive com ele, a confiança que ele tem na minha capacidade de ainda ser alguém me davam o incentivo de me esforçar mais um pouco e correr atrás. certas conversas até mesmo enchiam meus olhos de lágrimas pela pronfudidade e sinceridade e, com certeza, essas conversas com ivando são parte crucial do meu amadurecimento como pessoa.
pelas melhores conversas no local de trabalho que eu tive e que terei durante toda minha vida, o 4º lugar é dele. quero ver quem mais acha que conversar com o patrão é tão bom assim (rs).
3º lugar: tassi
tassiane esteve em todas as fases da minha vida: na infância, na escola; na adolescência, quando ela vinha para a loja da mãe dela que fica perto da minha casa; e agora, na fase adulta, com menos tempo, mas com a mesma intensidade.
antigamente, a gente colocava toda a nossa energia em falar mal das pessoas (rs). sentávamos na porta da loja da mãe dela e começávamos a destilar veneno em qualquer um que desse motivo. nossos comentários eram tão inteligentes e observadores que as crises de riso eram impossíveis de ser contidas. mas eu e a tassi amadurecemos juntos. ela um pouco mais rápido que eu, obviamente, já que é a ordem natural das coisas e as mulheres sempre amadurecem primeiro que os homens. e mesmo que não tenhamos perdido a sagacidade dos comentários maldosos, o foco de nossas conversas agora são mais profundos e relevantes.
a verdade é que há muita cumplicidade entre mim e tassi. segredos entre a gente praticamente não existem e um sempre fica afoito para contar ao outro o que tá rolando. e por tanta cumplicidade, risadas e por uma amizade duradoura e verdadeira, o 3º lugar é dela. =]
2º lugar: gustavo
dos meus 4 amigos que compõe o grupo de amizades desde a infância, nem sempre o gustavo foi o mais próximo de mim. isso passou a acontecer, basicamente, depois que a gente começou a trabalhar junto. e desde então, não há como negar que os laços que já eram muito fortes se apertaram ainda mais.
ultimamente nós temos falado muito do futuro, dos nossos medos e perspectivas e de tudo que está prestes a acontecer. e a gente fala disso por horas, acordados no escuro da noite até a gabriela (irmã dele) reclamar que já são 2hrs da matina e a gente não pára de falar (rs). mas o passado nunca é esquecido nesse olhar para o futuro e as lembranças sempre geram muitas risadas e uma sensação de que tudo valeu a pena.
independente do que o futuro está prestes a trazer, eu e o gustavo sabemos como nos divertir: praticamente rimos durante todo o tempo que passamos juntos, coisa de deixar o maxilar doendo. são piadas, comentários, gracinhas, ironias, sarcasmos que muitas vezes só nós dois entendemos, mas basta um olhar pra cara do outro que a percepção acusa que tem algo muito engraçado por perto (rs).
uma das pessoas mais importantes que já cruzaram minha vida. e as pessoas importantes não aparecem sem motivos. nunca. 2º lugar ;)
1º lugar: bia
nós moramos a milhares de quilômetros de distância e nos falamos por telefone ou ao vivo somente uma vez. não obstante, as conversas por msn com a bia são tão importantes para mim que nada disso a impediu de ficar com o 1º lugar desse useless top 5.
como eu disse num post anterior, eu e a bia nos conhecemos graças ao jack johnson e, mesmo que hoje em dia nem falemos do cantor-surfista, a afinidade continua intacta. por quê? porque não era a coincidência de gostar do jack johnson que nos unia. eram nossas personalidades fortes e únicas, nossa inteligência (até hoje peço uma cpi no teste de q.i., o qual, devido a um roubo, ela conseguiu 3 pontos a mais que eu), nosso gosto pra cultura em geral e, principalmente, nossa capacidade de abrir o coração pra deixar uma pessoa totalmente estranha entrar.
quando eu converso com a bia, sinceramente, é como conversar com uma pessoa que sempre esteve na minha vida, que me conhece tão bem que parece até impossível surpreender contando alguma coisa. e o msn não torna nada frio, superficial ou algo do tipo. as conversas são tão calorosas como se estivêssemos próximos e aptos a nos abraçar no momento que um dos 2 precisa. e é na pagina dela que rolam os lamentos, as lágrimas e as principais conversas sobre o meu medo de aceitação e meu complexo de inferioridade.
e, por tanta coisa mas, principalmente, por me oferecer generosamente um oásis no meio de um mundo de tanta complicação e turbulência; por me oferecer o único lugar do mundo onde eu posso ser eu mesmo; e por ser exatamente a pessoa que ela é, o 1º lugar é todo seu bia.
te amo ;)
quarta-feira, 18 de junho de 2008
moz'd understand me.
eu fui criado, batizado e fiz primeira comunhão na igreja católica. é bem verdade q


essa foi minha separação da parte física da igreja; desde então nunca mais pus os pés na morada do senhor (juro que não estou sendo irônico, rs). a emancipação real aconteceu quando comecei a ter minhas próprias opiniões e ideologias. desde então tornou impossível seguir uma doutrina que condena uma característica biológica de determinado grupo de pessoas. me soa muito estúpido a igreja condenar o homossexualismo se, afinal de contas, seria o próprio deus quem teria criado tal condição a determinada parcela de suas "obras-primas". afora isso, os conceitos de céu, inferno, purgatório, pessoas que viviam 700 anos, arcas que cabem dois animais de cada espécie... de boa, tudo isso sempre foi demais para minha cabeça.
então, em certo momento da minha vida eu deixei de ser um pseudo-cristão para me tornar um... ateu?! pois é, e quando você passa a duvidar que o moço lá em cima fez tudo isso aqui em 7 dias, lhe resta crer que houve a explosão de um ovo cósmico e que os macacos aprenderam a andar eretos e a fazer bandos de gente estúpida chamados "sociedade". eu tentei me convencer disso tudo muitas vezes. tentei olhar pelo lado da ciência e ver respostas pra todas aquelas coisas que nossa mente fica ávida por explicações lógicas. mas nunca me convenci de verdade, mesmo que a quantidade de pêlos em meu corpo seja uma prova nítida de que eu tenho um primo chimpanzé (rs).
portanto, se eu não acredito em deus, nos céus, no inferno, na ciência ou que paul mccartney morreu e foi substituído por um sócia, em que diabos eu acredito?
quando eu estou fazendo minhas caminhadas outonais e tendo meu melhor momento de introspecção, eu me pego com meus sentidos amplamente apurados. eu sinto o oxigênio bailando em minhas vias nasais em busca do aconchego dos meus pulmões; meus olhos contemplam maravilhados a silhueta das montanhas que cercam minha cidade e a beleza simplória de uma árvore à beira do rio transforma-se numa moldura de beleza ímpar; até mesmo o trajeto das formigas carregando folhas mais pesadas que elas chama a minha atenção e me pego com um pensamento certo: a perfeição com que as coisas no nosso planeta se encaixam só pode ter sido constituída por uma força maior. tem que haver uma "coisa" acima de coincidências ou ordens naturais que planejou tudo do jeito exato e nos deu de presente sua obra-prima (para que a gente rabisque com canetas esferográficas, fazendo bigodinhos e óculos de aros-finos). e, de súbito, me pego novamente acreditando em deus. não o homem fanfarrão sentado lá no alto, olhando tudo com seu ar imponente e anotando em sua pranchetinha quem vai pro céu e quem vai curtir umas festas ardentes na casa do sete-pele (rs). acredito em deus como uma força maior que as pessoas sentiram necessidade de nomear. e essa força não vai mandar seu primogênito para cá tocando trombetas e descendo do céu numa nuvem rosa, goddamnit! (rs).
das doutrinas religiosas que temos hoje em dia, uma que me cai bem e razoavelmente aceitável é o espiritismo. na época que eu trabalhava na locadora, ivando, tassi e eu costumávamos ter pequenas reuniões onde o primeiro nos passava um pouco dos seus conhecimentos naquilo que ele acredita. e eu realmente aceito bem melhor a idéia de que nossa alma vai pagar pelos nossos erros do que em deus e sua pranchetinha. e acho que, quando for buscar uma doutrina religiosa para minha vida, será o espiritismo. mas, no exato momento, eu estou ocupado demais tentando ser eu. questão de prioridade.
por enquanto, fiquemos com morrissey nesse ode ao momento atual da minha vida:
sábado, 14 de junho de 2008
biografia autorizada - parte 1
quinta-feira, 12 de junho de 2008
lê lê, lê lê...
feliz dia dos namorados para os casais apaixonados aê. hoje eu vi tanta babação de ovo na rua que estou até enjoado (rs). brincadeira, o amor é lindo e quem acha que fico puto por não ter ninguém e odeio a data por causa disso, se engana. acho muito bacana ver as pessoas mais próximas e pelo menos um dia no ano preocupadas com um coisa que realmente importa na vida: o amor. minha pessoa está vindo aí (eu espero) e quem sabe ano que vem eu não esteja sentado na frente do pc em pleno dia 12 de junho. coisa mais deprimente (rs).

volto essa semana ainda para fazer um post decente, mas, por ora, vou fazer um café bem quente e deitar pra ver um bom filme - conduzindo miss daisy, ainda na sessão "colocando os clássicos em dia".
boa noite aê. =]
terça-feira, 10 de junho de 2008
"oi lienda, bella che fa?"


feliz aniversário, mulher da minha vida. S2
domingo, 8 de junho de 2008
o estrago que faz, a vida é curta pra ver.

quinta-feira, 5 de junho de 2008
isn't it ironic... don't you think?
como sabem, ontem foi aniversário de um dos meus melhores amigos, o gustavo. assim que sai do serviço (correndo para não perder o ônibus ¬¬') fui para a casa do filipe, tentar convencê-lo de irmos à casa dele, porque até então não tínhamos planos concretos de ir até lá. e qual minha surpresa de, ao chegar lá, filipe estar no banho, diego já estar arrumado e fabrício ligando para minha casa para me chamar para, exatamente, ir à casa do gustavo.
okay, eu sei que tá parecendo diário da kelly key. parei com a narração irrelevante. o que realmente interessa é que depois de ter escrito tudo aquilo (vide post anterior), a vida ironicamente me desmentiu e esfregou na minha cara que não são as pessoas que estão se afastando de mim, mas a única coisa que está entre mim e as pessoas que amo é a importância exagerada que estou dando à essa mudança de perspectiva. e eu me senti meio idiota e maldoso de falar que o diego nem sente falta da gente na vida dele, porque eu me senti muito bem só de estar ao lado dele novamente depois de meses. e só de estar todo mundo junto e termos chance de novamente rir e se divertir junto, minha mente encheu-se novamente de uma paz quase entorpecente. foi um dia muito simples, mas de magnitude pra minha humilde pessoa. =]
e então, agora a pouco, durante uma pizza enormemente exagerada para 2 pessoas, novamente luzes de um brilho quase cegante afastaram a escuridão dos meus temores íntimos, ressuscitando a esperança que há tanto tempo eu havia abandonado. foram palavras ditas ao vento, hipoteticamente, mas palavras as quais me agarro agora como uma tênue linha de esperança para uma vida mais feliz e completa. =]
amanhã tem mais comemoração do niver do gustavo, sábado tem comoração do niver da tassi e se eu me manter afastado temporariamente, saiba apenas que o peso sobre meus ombros foi aliviado depois de ouvir "no começo seria estranho, mas eu não diria corta aqui" (rs)
agora preciso ir para cama porque estou exausto.
até mais ;)
well life has a funny way of sneaking up on you
when you think everything's okay and everything's going right.
and life has a funny way of helping you out when
you think everything's gone wrong and everthing blows up in your face.
Alanis Morissette - Ironic
quarta-feira, 4 de junho de 2008
but heaven knows i'm miserable now
se minha mãe lesse isso, ela ia vir com aquele sermão de sempre: "como você pode dizer isso tendo uma casa pra viver, comida no prato, bla-bla-bla" e daí cita as crianças africanas e sua dor, os terremotos na ásia e o povo sem teto e todas as grandes tragédias da humanindade, como se só eles tivessem direito de sofrer. okay, pode ser um pouco egoísta falar da minha infelicidade enquanto tanta coisa acontece no mundo, mas no escuro do meu quarto, o coração que bate desritmado, apertado, vazio, é o meu. as lágrimas que correm pelo meu rosto e a garganta sufocada, ávida por um grito de liberdade são as minhas. então, acho que também sou digno de ser avaliado como alguém que está sofrendo nesse mundo podre e quente do século XXI.
e vejamos então as raízes desses novos tempos obscuros e nefastos, porque, afinal, a infelicidade entrou na minha vida pela porta da frente e eu sei exatamente o motivo de ela ter se alocado por aqui, como uma praga devoradora de sorrisos:
- a long time ago, we used to be friends:
no começo desse ano, logo após a virada, eu fiz uma previsão que me soou óbvia e gerou exclamações como "pára com isso!", "cê tá falando bobagem" e talz: eu disse que 2007 tinha sido o último ano da nossa amizade, na forma em que ela consistia. entenda que eu conheço o filipe desde meus 6 anos de idade, diego e marcinho um pouco depois e o gustavo logo no ínicio da pré-adolescência. e sempre foi uma amizade bem forte, coisa de andarmos juntos quase que 24 horas por dia. o marcinho foi o primeiro a se afastar (ou ser afastado, não sei ao certo e não entrarei no mérito da questão), mesmo que

- do i have to be like them or be lonely?
sabe, as coisas meio que me forçam a acreditar em carma. afinal, só pode ser resgate de uma vida anterior vir pro mundo com a habilidade de amar tão apurada, com a facilidade pra encher seu coração de bons sentimentos e ser julgado e discriminado por isso. eu gostaria de entender, mas não consigo e passo então a procurar explicações em forças superiores, porque, como pode um fator biológico definir sua vida dessa forma brusca e violenta?
por ser um covarde e não ter peito de encarar a sociedade, eu fechei minha concha e me tranquei ali dentro pro mundo exterior. de vez em quando eu a abria um pouquinho e espiava lá fora, e nessas horas meu coração deixava-se pegar pelo tal amor ou coisa do gênero. e eu já sofri muito por isso, mesmo que de uma forma diferente. o amor pra mim continua sendo uma coisa distante e inalcançável e eu me pergunto até quando vai durar isso. porque a ausência de uma pessoa está fazendo uma ferida enorme agora e eu tenho medo de que acabe matando aos poucos meus sentimentos, me transformando numa pessoa fria e incapaz de amar.
eu não espero aceitação, não. esse é um ponto que eu não quero me envolver, porque a sociedade é a coisa mais podre que já pisou nesse planeta, com sua hipocrisia descomedida. eu só espero poder preencher esse vazio de alguma forma e rápido, porque tá doendo pra caralho! se alguém ai em cima anda guiando meu carma, pelo amor de deus, eu já aprendi a lição! (brincadeira, se ivando vir isso, ele me mata rs).
bom, preciso ir agora. hora do trampo. hora de colocar um sorriso falso no rosto e fingir pro mundo ali fora que aqui dentro não bate um coração escurecido pela falta de tolerância do mundo.
ps: hoje é aniversário do gustavo. feliz aniversário irmão. sabe que eu te amo, neh? ;)
segunda-feira, 2 de junho de 2008
i must belong somewhere*
domingo, 1 de junho de 2008
o vácuo entre a vida que eu tinha e a vida que terei.
eu tentei atrasar meu futuro o máximo que pude. fui criança o quanto meu tamanho e minha mentalidade permitiram. a maturidade ia crescendo dentro de mim e eu a escondia com álbuns de figurinhas dos pokemon; os instintos começavam a me dominar e eu os camuflava com brincadeiras de rua e infantilidades de todos os gêneros. fui o primeiro do meu grupo de amigos a ser afetado pela puberdade e simplesmente odiei aquilo com todas as minhas forças. i don't wanna grow up, i don't wanna grow up! eu entendo o johnny ramone mew... mas quando tornou-se impossível manter a essência da infância, já que eu podia esconder meus instintos, mas as pessoas ao meu redor não tinha nenhum propósito para fazer isso, me tornei um adolescente. contra minha vontade, é verdade, porque eu sabia que assumir a maturidade se aproximando era aproximar-se cada vez mais da batalha que eu não estava pronto para travar. e fingi ser um adolescente. creio que até fingi bem: tive crises de solidão e pensamentos suicidas, chorei por garotas, tomei porres, vomitei em baladas, idolatrei bandas horríveis, assisti malhação, fiz bagunça na sala de aula, me afastei dos meus pais, me aproximei dos meus amigos, escrevi histórias, arranjei um trabalho de meio-período e fui irresponsável. pelo menos um pouquinho. pelo menos pra disfarçar. e que atuação! uhu! and the oscar for best actor goes to...
a verdade, pura e simples, é que vivi uma vida de atuação até aqui. o show de truman talvez, exceto pelo fato de que sempre soube que eu estava vivendo uma ilusão. e a ilusão acabou. porque o mundo fantasioso que eu criei incluía dezenas de várias outras pessoas que vivem suas vidas verdadeiramente e estão crescendo e se tornando adultos. e de repente, toda a fantasia desmoronou e eu me pego no meio de um vácuo silencioso, numa solidão súbita e incomparável com qualquer outro sentimento que já tive na vida. um vácuo entre a vida que eu tinha e a vida que eu terei.
a coisa devia ser muito simples: é mais ou menos como a continuação de um filme - o primeiro volume acaba, partimos pro segundo pra continuar a história. e eu realmente amo o primeiro volume do filme da minha vida, todos os sorrisos que ele me causou, todas as lembranças de coisas simples, mas de uma profundidade sem tamanho. a questão é que "minha vida - parte 2" infelizmente é uma continuação independente, com novo elenco, novo roteiro e uma história completamente nova. às vezes eu acho até que nova friburgo não é o cenário certo pra esse novo filme, mesmo que eu ame essa cidade como sei que nunca vou amar outra. e dói um pouco perceber que é hora de dar adeus a tanta coisa. dar adeus a amizades de infância, a rotinas sistematicamente calculadas, a coisas que eu estou tão habituado e acostumado. e me falta coragem para dar adeus a essa vida. eu sou um covarde por natureza e tenho tanto medo do mundo que estou aqui, preso a uma rede de fingimento e mentiras.
bom, esse blog está sendo criado no exato momento de pré-produção do 2º volume do filme da minha vida, metaforicamente falando. um dos momentos mais difícies que já passei, porque estou reprimindo muita coisa, desde pensamentos e atitudes a relacionamentos e novas experiências. não tem intuito nenhum de ser um blog da bruna surfistinha, porque nada que será escrito aqui interessa a ninguém, mew. mas tem uma hora que você tem tanta coisa guardada dentro da sua cabeça que se não expor de algum modo, você acaba sendo massacrado pela sensação de que pode explodir a qualquer momento.
esse é um blog escrito pelo cara do primeiro filme, tentando explicar pro cara do segundo filme que, de alguma forma, tudo vai dar certo. jogue-se na vida, cara! você está perdendo tempo.