
Se você consegue fantasiar essa cena em sua mente, coloque mais um ingrediente nessa nostálgica imagem: uma vitrola velha no cantinho do chalé, tocando uma bolacha melancólica do Great Lake Swimmers. Definitivamente, o som desses caras é a trilha-sonora para um momento desses.
A banda de indie-folk tem sua origem no Canadá, país que tem nos dado ultimamente ótimas bandas de presente, como o Arcade Fire e a Leslie Feist, sem contar a super duper talentosa Avril Lavigne (piadinha infeliz, mil desculpas). A banda é liderada por Tony Dekker, que além de estar a frente das composições e do vocal suave e aveludado, também toca o violão e a gaita.

O Great Lake Swimmers lança nessa terça-feira, dia 31, seu 4º álbum de estúdio, Lost Channels, álbum o qual eu estou escutando nesse exato momeno. Coisas desses tempos modernos, já que tudo agora vaza antes da data de estreia. Entretanto, eu achei mais conveniente destacar o 3º álbum dos caras, o Ongiara, por ser aquele mais afundado nessa atmosfera de chalé-no-alto-da-colina que citei no começo do post.
Já nos primeiros acordes de "Your Rocky Spine", faixa de abertura do disco, o banjo harmonioso mostra as fortes influências folk e antes da bateria fazer sua entrada suave, Dekker sussurra "I was lost in the lakes and the shapes that your body makes". É o início de uma viagem solitária por montanhas, lagos e céus, mas fica devidamente claro que é uma solidão imposta.
"Backstage with the Modern Dancers" é mais uma canção sobre a solidão, mesmo quando estamos cercados de pessoas por todos os lados. Enquanto Dekker "faz uma lista de canções que ele pode cantar sozinho", a intensidade da música nos dá a sensação de não fazer parte do show, sermos apenas espectadores de nossas próprias vidas.
Os violões suaves, os arranjos de cordas e o vocal ameno mas vigoroso de Dekker nos guia até a faixa 4, "Changing Colours", uma canção sobre os riscos do amor, sobre amar tanto uma pessoa que não importa o que aconteça, você estará lá com ela:
'Cause when the wind takes you, it takes me, too.
When you change colours, I change mine, too.
Try not to think and I will try, too.
And when you let go, I will let go, too.
When you change colours, I change mine, too.
Try not to think and I will try, too.
And when you let go, I will let go, too.
E depois da procura incessante pela amada ("Where in the World are you Now") e da apropriada canção para a viagem que é esse disco ("Passanger Song"), hora de fechar a janela do chalé para se protegem do frio e perceber que estamos em plena mutação e que, quando nos deitamos na cama à noite, não somos mais os mesmos que éramos pela manhã "I was heavy, but now I am light", Dekker termina sibilando.
Bom, meus textos críticos costumam ser uma droga, por isso que não gosto muito de escrevê-los. Mas vale muito a pena fazer de Ongiara a trilha sonora desse outono. Basta clicar na capa lá no começo do post para baixá-lo e, aqui abaixo, você assiste ao belíssimo clipe de "Your Rocky Spine".
Bom domigo pra todo mundo. =)
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